Veículos de Comunicação

110 anos

Do consultório à prefeitura: Costinha e os dias difíceis de Três Lagoas

A história de hoje relembra a breve agem de Darcy da Costa Filho, o “Costinha”, pela prefeitura

Costinha istrou a prefeitura em meio a uma das piores crises já enfrentadas pela cidade - Foto: Reprodução TVC
Costinha istrou a prefeitura em meio a uma das piores crises já enfrentadas pela cidade - Foto: Reprodução TVC

No apagar das luzes de 1995, Três Lagoas enfrentava um dos momentos mais turbulentos de sua história istrativa. Foi nesse cenário de caos que o médico três-lagoense Darcy da Costa Filho, o “Costinha”, que assumiu interinamente a prefeitura. Vice-prefeito eleito em 1992 ao lado de José Pedro Batiston, Costinha assumiu o comando da cidade após o afastamento do titular, em dezembro de 1995. Ficou no cargo por apenas um ano — até a posse do sucessor, Issam Fares, em dezembro de 1996 —, mas o pouco tempo foi suficiente para deixar marcas que ainda transformam vidas.

“Não vou dizer que era um caos total, mas era um caos istrativo muito importante”, resume Costinha. A arrecadação era muito pífia, e o descontentamento tomava conta da população, dos vereadores e de toda a estrutura política da cidade.”

A cidade, segundo ele, arrecadava cerca de R$ 1 milhão por mês — valor que hoje é superado em um único dia. Os salários estavam atrasados há seis meses, fornecedores não recebiam, e muitos contribuintes haviam deixado de pagar tributos como o IPTU e o ISS. Com esforço e articulação política, Costinha buscou minimizar os impactos da crise e deixar a istração em melhores condições.

SENAI: um legado para gerações

Mesmo com recursos escassos, Costinha articulou obras e projetos que até hoje impactam positivamente Três Lagoas. Um dos principais foi a instalação da unidade do SENAI no município, hoje um dos pilares da formação profissional na região. “Logo que assumi, o Zé Paulo Rimoli me procurou e perguntou: ‘Costinha, vamos trazer o SENAI para Três Lagoas?’ Eu falei: ‘Pode trabalhar com isso que nós vamos arrumar uma área’.”

A área escolhida foi um terreno da prefeitura na rua Wilson Carvalho Viana, onde antes funcionava a estrutura da antiga LBA (Legião Brasileira de Assistência). A doação foi aprovada com o apoio da Câmara Municipal — à época presidida pelo vereador Marchesi.

O resultado foi a instalação da escola profissionalizante que hoje atende jovens, adultos e empresas, inclusive no atual processo de ampliação, graças à cessão de mais espaço da antiga Rede Ferroviária.

Pavimentação e articulação política

Outra conquista importante do curto mandato foi a pavimentação da Avenida Clodoaldo Garcia, no trecho que liga à Filinto Müller, obra viabilizada com apoio do então senador Ramez Tebet e do Ministério dos Transportes.  “A gente correu atrás. Ramez me levou a Brasília, nos colocou com ministros, e conseguimos esse investimento. Foi um alento em meio àquela dificuldade.”

Raízes profundas em Três Lagoas

Filho de ferroviário e nascido no bairro Santa Luzia, Costinha cresceu em Três Lagoas, estudou no antigo ginásio 2 de Julho e deixou a cidade em 1959 para estudar Medicina. Voltou em 1975, já formado, e logo ou a atuar na saúde pública, atendendo em postos de saúde e no Hospital Auxiliadora. “Naquela época, não havia plantonista. Quando chamavam a gente para atender criança sem condições de pagar, a gente ia. Hoje tudo mudou.”

A vocação para o cuidado com as pessoas acabou conduzindo Costinha à política. Ele se somou a uma lista de médicos que já haviam governado Três Lagoas, como Bruno Garcia, Pelópidas Gouveia, Miguel Nunes e Antônio João.

“Prefeito ruim, Três Lagoas não terá mais”

Ao avaliar o presente e o futuro da cidade, Costinha é otimista. Vê em Três Lagoas um município em franco crescimento e com capacidade de exigir sempre o melhor dos seus gestores.  “Acho que Três Lagoas não terá mais prefeito ruim. Com a receita que tem, com boa vontade e técnicos competentes, basta honestidade e bom senso.”

Ele também enxerga como positivo o fato de o atual prefeito, Cassiano Maia, também ser médico. Para Costinha, o médico tem contato direto com os problemas da população e, por isso, conhece melhor a realidade da cidade. “O médico sente o que o contribuinte sente. Isso facilita muito quando se vai istrar.”