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Pedro Pedrossian Neto critica aumento do IOF e chama taxação de "barbeiragem fiscal"

Deputado Pedro Pedrossian Neto durante entrevista ao programa Microfone Aberto
Deputado Pedro Pedrossian Neto durante entrevista ao programa Microfone Aberto

Durante entrevista ao programa Microfone Aberto, da Massa FM, o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD), presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, fez duras críticas ao recente decreto do governo federal que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

A decisão, tomada sem debate no Congresso Nacional, foi classificada pelo parlamentar como “autoritária” e uma “barbeiragem fiscal”.

“É um decreto, ou seja, não precisa de autorização legislativa, não a pelo Congresso, não a por negociação prévia com nenhuma outra autoridade ou poder constitucional. Isso afeta diretamente o bolso das pessoas e o funcionamento das empresas”, afirmou o deputado.

Impacto nas empresas

Segundo Pedrossian Neto, a elevação do IOF impacta diretamente o crédito para empresas, especialmente as que operam dentro do Simples Nacional, além de encarecer compras internacionais, planos de previdência privada, financiamentos de veículos e operações de capital de giro.

“Hoje, diante de uma crise, você muitas vezes se socorre do capital de giro. Com juros já altíssimos, o IOF torna esse crédito ainda mais caro. Isso afeta muito o setor produtivo e a classe média”, destacou.

Governo voltou atrás por causa dos bancos

O deputado explicou que parte das medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a ser revogada horas depois de sua publicação, após reação negativa do mercado financeiro. A taxação de 3,95% sobre remessas ao exterior, por exemplo, teve efeito imediato sobre o câmbio e precisou ser cancelada.

“O mercado financeiro entendeu que isso era uma tentativa de controle de capitais. O dólar deu um repique e acendeu a luz vermelha no Banco Central. O próprio presidente do BC interveio”, contou.

Sem cortes no gastos, apenas aumento de impostos

Apesar da revogação parcial, outras medidas do pacote tributário foram mantidas. Pedrossian Neto considera que o governo tem tentado resolver o desequilíbrio fiscal do país apenas aumentando a arrecadação, sem cortar gastos.

“O ministro Haddad tem feito desde o começo da gestão uma tentativa de resolver o problema fiscal através de aumento de receita, aumento de tributação. Mas e o corte de gastos? Isso não aparece”, criticou.

O aumento do IOF foi comunicado por decreto, o que evitou a tramitação e o debate legislativo no Congresso Nacional. As medidas foram percebidas como abruptas e sem o devido diálogo democrático com o setor produtivo e a sociedade.

Mais dificuldades para obter crédito

As taxas de crédito, já consideradas proibitivas no Brasil, foram agravadas com a alíquota adicional do IOF, que chegou a 3,95% em diversas operações comuns do cotidiano de pessoas físicas e jurídicas.

Pedrossian Neto também fez um resgate das mudanças na política fiscal desde o governo Michel Temer, criticando a falta de eficácia do teto de gastos e explicando o que representa o novo arcabouço fiscal.

“O teto de gastos, apesar de estar na Constituição, se tornou letra morta. Agora o governo precisa seguir as regras do novo arcabouço e zerar o déficit até o fim do ano. Mas, no primeiro trimestre, já estamos com mais de R$ 60 bilhões de rombo”, alertou.

O parlamentar finalizou o programa com um apelo à responsabilidade fiscal e à preservação da estabilidade econômica do país:

“Aumentar impostos sem mexer na máquina pública é empurrar o problema para quem trabalha, empreende e consome. Isso prejudica o Brasil como um todo”, concluiu.